Ela foi para a porta do quarto do Amigo, se abaixou, colou o olho
no buraquinho e... Nada. O moço tinha o hábito de pendurar a camisa na
maçaneta da porta. Mais curiosa, ela procurou algo que servisse para tirar
aquele muro que censurava a cena que queria assistir.
Na segunda noite, a indiscreta esperou ansiosa que o Marido dormisse
e foi para a porta do quarto do amigo, se abaixou, enfiou o pauzinho
(ou era um grampinho?) na fechadura e conseguiu tirar a camisa da frente
dos seus olhos aflitos.
Finalmente, quando achou que veria o que tanto desejava, viu o que
não esperava. Ele estava sob um edredom, bem enroladinho. Oh, não!
Incansável e cheia de fantasias ela bolou um plano. No jantar, na noite
seguinte, abriu muitas garrafas de vinho para brindarem o reencontro, o
tempo de boas aventuras e das farras na universidade mineira.
Depois, repetiu a dose das madrugadas anteriores. Foi de mansinho
para a porta do quarto do rapaz, usou o tal pauzinho, ou grampinho, para
tirar a camisa da frente, e excitada esperava ver tudinho dessa vez. Quando
focou o olhar, mais uma vez decepção... Ele estava de cueca e de bruços.
Oh, não, de novo!
Mas dessa vez, uma surpresa. Quando tocou o trinco, a porta não estava
trancada, abriu. E agora? Ousar chegar mais perto para conferir? Será
que o Amigo vai acordar? Em câmera lenta, feito uma gata se aproxima.
Um susto, ele se mexe. Fica de barriga para cima, a montanha aparece.
É bem dotado, repara. Imagina e deseja. Arrisca, ou não? Quer tocá-lo.
O que você faria se fosse ela? E se você fosse ele?
Moral da história: quem pensa, não faz. Fantasia.
*Esta história faz parte do livro "Era Uma Vez....... Outra Vez....... mais uma vez .......e mais outra.......", de Nádia Timm.