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O espetáculo - com Antonio Fagundes e Bruno Fagundes - retoma temporada no Teatro Tuca, em São Paulo.

* A peça apresenta  premiado texto da Broadway, sob direção de Jorge Takla. 

Sem  patrocínio, o trabalho depende exclusivamente da bilheteria.

por Nathalia Chamon


A dupla Antonio e Bruno Fagundes tem confirmado a sinergia no palco no decorrer dos últimos anos. Após o estrondoso sucesso de Tribos os atores retomaram a temporada paulistana do espetáculo Vermelho, em agosto, no Teatro Tuca.

Vermelho que teve recorde de público no Rio de Janeiro dentre outras críticas entusiasmadas foi avaliado como “Teatro obrigatório” pela importante crítica teatral Bárbara Heliodora.

Pai e filho retomam a produção de Vermelho, até o dia 4 de dezembro, no Tuca, em São Paulo, e apresentam o premiado texto de John Logan - revelando a intimidade do processo de criação de um artista plástico, além de levantar questões ligadas à ética no trabalho e questionamentos como qual o verdadeiro valor do seu trabalho.

Dando continuidade a sua forma de produzir, Vermelho também não conta com patrocínio e nem apoio via leis de incentivo a cultura, dependendo única e exclusivamente da bilheteria.

Vermelho tem direção e cenário de Jorge Takla, tradução de Rachel Ripani, figurino de Fábio Namatame e iluminação de Ney Bonfante.

“Adoramos fazer Vermelho. É divertido ouvir as risadas do público diante da relação dos dois em cena”, conta Antonio Fagundes, que completa “Tivemos que dar uma pausa na temporada de Vermelho pois Tribos tinha prazo para ser montado. Depois do sucesso desta produção chegou a hora de retomar Vermelho. Estamos muito otimistas com essa nova fase”.

 

Vermelho

Em seu ateliê em Nova Iorque, o consagrado artista Mark Rothko recebe, pela primeira vez, seu novo assistente, Ken, e a partir da pergunta “O que você vê?“ (apontando para uma das pinturas em que trabalhava) inicia-se um eletrizante embate entre os dois.

Conceitos artísticos entre as gerações, diferentes bagagens culturais e o mesmo amor pela arte são alguns dos objetos em cena. “Rothko tem uma história fascinante e um entendimento único de arte. Queremos mostrar, de forma leve e bem-humorada, essa grande história”, afirma Bruno Fagundes.

Vermelho se passa no final dos anos 50, quando o icônico pintor (líder do Expressionismo Abstrato) recebeu um convite para pintar grandes painéis de um luxuoso restaurante em Nova York e recebeu uma quantia quase inestimável para a época (o equivalente hoje a 10 milhões de dólares).

Um encontro cheio de nuances entre mestre e aprendiz, com arte, reflexão e questionamento, é o plano de fundo em meio ao cenário repleto de detalhes, com preparo de tintas e quadros pintados durante a sessão.

Após 80 minutos de espetáculo, Antonio e Bruno Fagundes promovem ainda, ao final de cada apresentação, um delicioso e informal bate-papo com a plateia, contando curiosidades da montagem e da própria vida do pintor Mark Rothko.

Para aqueles interessados em se informar antes do espetáculo uma pequena exposição no saguão do teatro mostra ao público todos os temas que serão discutidos ao longo da peça.

No último sábado de cada mês, continuando o projeto de inclusão social que iniciou com Tribos em 2013, apresentam sessões com acessibilidade para deficientes visuais e auditivos (interprete de LIBRAS, áudio descrição e tablets com legenda). A Steno do Brasil é a empresa parceira responsável pelos equipamentos e serviços que permitem esta inclusão.

 

Sobre o artista Mark Rothko

Nascido no ano de 1903 em Dvinsk, na Rússia, Mark Rothko transferiu-se com sua família para Portland, nos Estados Unidos, com apenas dez anos. Apesar de sua má condição financeira, recebeu ótima educação, ingressando na seleta e tradicional Universidade de Yale, em 1921, e vislumbrando uma carreira política que contivesse seu grande engajamento social. No entanto, dois anos depois abandonou os estudos e partiu para um rumo menos acadêmico, estabelecendo-se em Nova York em 1925, quando começou a pintar de forma autodidata.

Mais tarde, estudou a técnica sob a tutela do artista Max Weber, partindo de um estilo realista – como sua série Subways, de 1930 -, para gradualmente desenvolver seu estilo, passeando pelas formas abstratas da década de 1940, até chegar em figuras que enfatizavam a cor e a forma.

Nos anos 1950, distanciou-se do Surrealismo para se tornar um dos principais artistas do movimento Expressionista Abstrato, ao lado de Jackson Pollock, Willem de Kooning entre outros. Sempre com a preocupação de comunicar e de produzir emoção através de suas grandes telas, Rothko evoluiu seu estilo ao simplificá-lo – priorizando a cor e suas sobreposições, desenvolvendo em sua obra a noção de “campos de cor”, bastante característica daquele momento.

Mesmo tendo abandonado os estudos na Universidade, Rothko considerava fundamental o conhecimento formal: foi profundo conhecedor de filosofia e arte, sendo muito influenciado pela obra de Friedrich Nietzsche. No período entre 1958-59, retratado no espetáculo Vermelho, Rothko trabalhava na série de murais Seagram, obra encomendada para o sofisticado restaurante Four Seasons, em Nova York. A encomenda o colocou no centro de uma crise monumental.

É disso que trata a peça. As telas resultantes desta encomenda hoje encontram-se na Tate Modern, em Londres, na National Gallery of Art, em Washington, e no Kawamura Memorial Museum, no Japão. Além de muito influente como artista, Rothko dedicou-se por décadas ao ensino da arte, lecionando em diversas instituições. Ele suicidou-se em 1970, em Nova York.

 

 

Ficha Técnica:

Texto: John Logan.

Tradução: Rachel Ripani.

Direção: Jorge Takla.

Elenco: Antonio Fagundes e Bruno Fagundes.

Figurinos: Fabio Namatame.

Design de Luz: Ney Bonfante.

Design de cenário: Jorge Takla.

Assistente de produção: Gustavo de Souza.

Diretor de produção: Carlos Martin.

Assessoria Jurídica: OLN Advogados.

Assessoria de imprensa: Coletiva Comunicação.

Realização: Fagundes Produções.

 

VERMELHO

De 12 de agosto a 04 de dezembro de 2016.

Local: Teatro Tuca – Teatro da PUC.

Endereço: Rua Monte Alegre, nº 1.024, Perdizes, São Paulo, SP.

Telefone: (11) 3670-8455.

Duração: 80 minutos.

Classificação etária: 12 anos.

Preços: sextas-feiras - R$60,00; sábados - R$ 80,00 e domingos - R$ 70,00.

Horários: sextas-feiras e sábados às 21h30 e domingos às 18h.

Capacidade de público por sessão: 672 pessoas

Compras pela Internet: www.ingressorapido.com.br

Tel: (11) 4003-1212

Horário de funcionamento da bilheteria: de terça a domingo das 14h às 20h
Aceita todos os cartões de crédito.

Estacionamento conveniado: Pier Park Estacionamentos - Rua Monte Alegre, 835 - R$18,00

Sessões com acessibilidade para deficientes auditivos e visuais: dias 24/09, 29/10 e 26/11. Sempre o último sábado do mês (Interprete de LIBRAS, áudio descrição e tablets com legenda).

Última modificação em Quinta, 08 Setembro 2016 22:50
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