A cantora e compositora Leci Brandão comemora em setembro seus 40 anos de carreira artística com dois shows. O primeiro será no dia 5 de setembro, no Teatro Polytheama, em Jundiaí. O segundo será no dia 19 de setembro, no Auditório do Ibirapuera.
“Estamos diante de um desses raros fenômenos que levam anos para surgir em nossa música, mas que, quando surgem, como é o caso de Leci Brandão, a gente verifica que valeu a pena esperar”. Foi com estas palavras que o crítico musical e jornalista Sérgio Cabral fez a apresentação do premiado “Antes Que Eu Volte a Ser Nada”, de 1975, disco de estreia da carreira de Leci, descoberta por ele em 1973, na época em que ela cantava no lendário Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, sob o comando musical de Jorge Coutinho.
Em 2015 a artista comemora 40 anos de uma trajetória artística que engrandeceu a música popular brasileira, em especial, o samba. Para celebrar, a artista fará shows nos dias 5 e 19 de setembro, no Teatro Polytheama (Jundiaí) e no Auditório do Ibirapuera, respectivamente, com participações de convidados como a Orquestra do Grupo de Referência de Jundiaí do Projeto Guri, composta por 47 integrantes, bolsistas e não bolsistas, alunos e ex-alunos em estágio mais avançado de aprendizado do programa de educação musical gratuito.
Entre as músicas que ela tocará ao lado dos Guris estão a clássica “ Zé do Caroço”, além de “Só Quero te Namorar” e “As coisas que mamãe me ensinou”, “Deixa, deixa” e “Anjos da Guarda”.
Nascida em Madureira, criada em Vila Isabel e primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Mangueira, Leci Brandão gravou 23 discos e 2 DVD’s, além de participações e coletâneas. Durante alguns anos, a cantora ficou sem gravar por questões políticas. As gravadoras não aceitavam suas canções, cujas letras denunciavam, em forma de crônica, as agruras sociais do povo e do país.
Leci cantou a defesa das minorias, do povo negro, das mulheres e dos trabalhadores. Foi convidada a se apresentar em todos os eventos afinados com sindicalistas, estudantes, periferia, índios, movimentos de mulheres, população LGBT e, principalmente, o Movimento Negro. Nos últimos anos, todos os discos de Leci contêm uma faixa falando sobre a cultura afro-brasileira de forma direta, transparente e apaixonada.
A questão social, sempre presente em sua obra artística, a fez rescindir um contrato com a gravadora Polygram, em 1981, por terem tentado censurar seu trabalho se negando a gravar suas canções, entre elas um de seus maiores sucessos, “Zé do Caroço”.
Entre 1984 e 1993, Leci foi comentarista dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, pela TV Globo. Após uma pausa de seis anos, voltou a comentar o Carnaval carioca de 2000 a 2001. Entre 2002 e 2010, comentou os desfiles das Escolas de Samba de São Paulo pela mesma emissora, quando se consolidou como a voz das comunidades. Após esse período teve que se afastar por ter sido eleita deputada estadual por São Paulo, tornando-se a segunda mulher negra a ocupar uma cadeira no parlamento paulista, sendo reeleita em 2014.
Entre os muitos sucessos gravados por Leci – muitos dos quais de sua autoria - estão “Ombro Amigo”, “Essa Tal Criatura”, “Só Quero te Namorar”, “Olodum Força Divina” (primeiro disco de ouro), “Valeu”, “Bate Tambor”, o disco premiado “Cidadã Brasileira”, “Perdoa” e “Anjos da Guarda”, uma homenagem aos professores do país.
O show “Leci Brandão - 40 anos de carreira” é uma celebração a uma das mais importantes cantoras de samba da música popular brasileira.
show “Leci Brandão - 40 anos de carreira”
Auditório do Ibirapuera
Dia 19 de setembro, às 21 horas
Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)
End: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Ibirapuera, São Paulo)
Informações: (11) 3629-1076. Bilheteria funciona de quinta a domingo a partir das 11h.
Teatro Polytheama
Dia 05 de setembro, às 20h
Ingressos: R$ 20
End: rua Barão de Jundiaí, 176 - Jundiaí
Informações: (11) 4586-2472