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Publicado em Crônicas Di-Versos
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Aprendi a amar assim: do olhar à carícia,

do beijo ao mergulho

Assim, por aproximações sucessivas,

descobri a poesia


o verso esparramando luzes pelo dia

abraça coisas da casa e da rua

desliza em aviões que atravessam a tarde

lambe pedras

mineraliza-se no jardim pequeno

a palavra tem gosto e calor

transforma o tempo

expande a hora, um gozo a transbordar

nas canções

e crescer

céu no rio Tocantins ou no Amazonas

 

azula infinitamente

 

meu desejo de dançar

e planar

sobre Brasília

o verso vira silêncio nos neons dos shoppings

ruído de floresta escura

risada dos meninos no videogame

ou igarapés

 

Pisca piscando

Longe

as estrelas e a Lua

brilhante com seu dragão tatuado

tão moderninha

No paradoxo de ser ancestral

Atrai marés

As águas sobem

 

namorados

derramam beijos

Úmidos toques

Os dedos dos apaixonados

E dos rebeldes

Tocam com fúria e prazer minha solidão

 

Assim, do desespero

e do deserto

O amor chega

 

E nasce um poema.

 

Este poema faz parte do livro Poesia Disponível para Aventuras, de Nádia Timm.

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Última modificação em Terça, 27 Janeiro 2015 07:23
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