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São 270 obras – pinturas, esculturas, fotografias e instalações – compondo um instigante  panorama da arte lusitana São 270 obras – pinturas, esculturas, fotografias e instalações – compondo um instigante panorama da arte lusitana
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 No Ibirapuera, Museu Afro Brasil expõe grandes nomes da arte contemporânea de Portugal //


Com 270 obras, “Portugal Portugueses” é um amplo panorama da arte contemporânea portuguesa e suas relações com a África e o Brasil


Depois do sucesso de “Africa Africans”, eleita a melhor exposição de 2015 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, o Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta a exposição internacional “Portugal Portugueses - Arte Contemporânea”, de 2016,com a curadoria de Emanoel Araujo.

A mostra reúne alguns dos principais artistas portugueses da atualidade e pretende aproximá-los do universo cultural brasileiro, como parte de uma trilogia desenvolvida pelo Museu Afro Brasil. As influências interculturais de Portugal, África e Brasil, nascidas com o antigo império português e aprofundadas decisivamente pela escravidão, são redesenhadas na perspectiva contemporânea.

“Nossos olhares e antenas se voltam para as manifestações criativas nascidas no triângulo da invenção, um eixo geográfico que envolve Portugal, África e Brasil”, afirma Emanoel Araujo. “O corpo da exposição tem muitas vertentes. Procuramos mostrar uma arte contemporânea entre o modernismo e a construção de uma nova identidade, que envolve artistas jovens e outros consolidados”.

No museu, 270 obras – pinturas, esculturas, fotografias e instalações – compõem o mais amplo panorama da arte lusitana realizado no Brasil, nos últimos anos. Entre os destaques, “Coração Independente Vermelho”, instalação de Joana Vasconcelos, um dos maiores nomes da arte portuguesa na cena internacional. Esta obra tem a forma de um enorme “coração de Viana”, peça icônica da filigrana portuguesa, associada à cidade de Viana do Castelo e ao estabelecimento do culto do Sagrado Coração de Jesus. Trata-se de uma emotiva instalação sonora e cinética.

No itinerário, destacam-se ainda as obras de Helena Almeida e Maria Helena Vieira da Silva, centrais na arte portuguesa no século 20. Outras instalações também marcam presença nos 3.000 m² destinados à exposição, como é o caso de “Plataforma”, de Miguel Palma, que deve surpreender os visitantes por suas dimensões e originalidade.

Três núcleos expositivos especiais: “Homenagem a Bordalo Pinheiro”, “Africanos portugueses” e “Brasileiros portugueses”, foram articulados a esta exposição.

Na celebração à memória do artista Rafael Bordalo Pinheiro, que viveu no Brasil entre 1875 e 1879, serão expostos livros e cerâmicas, além de caricaturas e desenhos publicados em revistas como O Psit!!! (1877), O Besouro (1878), O António Maria (1879-85;1891-98) e A Paródia (1900).

“Por muitas razões, a arte portuguesa tem um leque enorme de situações que nos comove, porque nele existem resquícios da África, do Brasil e, naturalmente, do próprio Portugal. Houve um tempo em que essas influências e fluências estavam tão ativas, que transpirava uma espécie de suor com cheiros da complexa história de fluxos e refluxos”, avalia Emanoel Araujo, no texto curatorial.

Antonio Manuel, português radicado no Rio de Janeiro, participa com as duas instalações “Frutos do Espaço” e “A Nave”. O artista começou a destacar-se com seu trabalho crítico à ditadura militar brasileira. Em 1968, ele integrou a célebre exposição Apocalipopótese, organizada por Hélio Oiticica e Rogério Duarte.

No campo da fotografia, participam Fernando Lemos e Orlando Azevedo, também radicados no Brasil. Com 90 anos, Lemos é um membro histórico do grupo surrealista de Lisboa, na década de 40. Por sua vez, o fotógrafo Manuel Correia traz a série “Reis”, parte de um projeto fotográfico sobre o poder tradicional em Angola.

Entre os pintores, destaca-se Michael de Brito, artista com ascendência portuguesa que desenvolve cenas que retratam o cotidiano português nas telas “Woman with Chorizos” e “At the table”. Gonçalo Pena, com três pinturas a óleo de grandes dimensões, reforça o painel de pintores.

Com uma pesquisa que se move entre o desenho, a escultura e a arquitetura, o artista José Pedro Croft integra a mostra com duas grandes esculturas em aço, vidro e espelhos, que interagem umas com as outras formando uma única peça, além de dois desenhos.

“Portugal Portugueses” é uma ocasião para revisitar artistas como João Fonte Santa, Francisco Vidal, José de Guimarães e Yonamine, conhecidos do público do Museu Afro Brasil, pois já participaram de outras coletivas.
Yonamine, que faz uma ponte artística entre Brasil, Portugal e África, apresenta “Pão Nosso de Cada Dia”, um grande painel de cerca de 8 metros com pães de forma torrados. João Fonte Santa trará pinturas inspiradas no relato da viagem realizada no Brasil pelos naturalistas bávaros Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius no século XIX. Francisco Vidal participará da mostra com “Utopia Luanda Machine”, um grande painel composto de mais de uma centena de papeis feitos à mão.

A EDP Brasil, com apoio do Instituto EDP, que coordena as ações socioambientais da empresa, o Banco Itaú, Rainer Blickle, Leonardo Kossoy e Orandi Momesso são os patrocinadores de “Portugal Portugueses”, que conta com o apoio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e do Ministério da Cultura. A exposição tem como madrinha a jornalista, escritora e dramaturga Maria Adelaide Amaral. Mais de 15 artistas devem estar presentes à abertura da exposição.

ARTISTAS
“Portugal Portugueses” contará com obras de Albuquerque Mendes, Ana Vieira, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Cristina Ataíde, Didier Faustino, Fernando Lemos, Francisco Vidal, Gonçalo Pena, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, João Fonte Santa, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Joaquim Rodrigo, Joaquim Tenreiro, José de Guimarães, José Loureiro, José Pedro Croft, Jorge Molder, Julião Sarmento, Lourdes Castro, Manuel Correia, Maria Helena Vieira da Silva, Michael de Brito, Miguel Palma, Miguel Soares, Nuno Ramalho, Nuno Sousa Vieira, Orlando Azevedo, Paula Rego, Paulo Lisboa, Pedro Barateiro, Pedro Cabrita Reis, Pedro Valdez Cardoso, Rui Calçada Bastos, Sofia Leitão, Teresa Braula Reis, Tiago Alexandre, Vasco Araújo, Vasco Futscher e Yonamine.


 
SOBRE A EXPOSIÇÃO
O modernismo das artistas Maria Helena Vieira da Silva, Ana Vieira, Helena Almeida, Paula Rego e Lourdes Castro, formam um núcleo poderoso de mulheres criadoras, que incorporam com suas obras e linguagens, uma valiosa contribuição à arte contemporânea portuguesa.  É, a partir delas, que “Portugal Portugueses” se desenha, abrindo espaço, através de diferentes linguagens e estratégias como a geometria, instalações, esculturas, fotografias, desenhos e grandes painéis, reunindo consagrados nomes aos novos talentos que despontam. Dentre eles, podemos citar a instalação de João Pedro Vale e Nuno Alexandre. Feito de collants, tecido, ferro, arame, corda e espuma, “Feijoeiro” é uma instalação de grandes dimensões. Semelhante ao tradicional conto infantil, este enorme pé de feijão chama a atenção de adultos e crianças com suas cores fortes e vibrantes, um convite à interação.

Dentre os vários trabalhos selecionados, há aqueles com dedicada atenção aos diálogos entre o Brasil e o continente africano. É o caso do artista português, Vasco Araújo, conhecido no cenário artístico paulistano, seus trabalhos articulam questões políticas às heranças de um passado colonial. “O Inferno não são os outros” é uma obra que provoca a reflexão sobre os limites de nossas decisões e ações, colocando em cheque as barreiras entre aquilo que parece ser da ordem do privado, mas que está repleto de consequências na dimensão política do mundo, principalmente no mundo ocidental.

A série Pau Brasil, de autoria de Albuquerque Mendes, também compõe a mostra fazendo uma ponte entre Portugal e uma antiga colônia – o Brasil. Nela, o pintor expõe a diversidade de estilos humanos, explorando a miscigenação tanto em nosso país quanto em Portugal. Seus quadros retratam homens e mulheres negros, brancos e indígenas sempre em poses semelhantes, explorando tanto a diversidade étnica quanto propondo as semelhanças entre as pessoas.

A exposição traz também jovens artistas como Sofia Leitão e Teresa Braula Reis. Leitão inicia seus primeiros trabalhos em 2003 e desde então mantém um delicado olhar sobre a cultura de seu país por meio de soluções visuais exuberantes. Suas grandes instalações já se destacaram quando foram expostas em cidades portuguesas como Porto e Lisboa. Para a mostra no Museu Afro Brasil, teremos a oportunidade de apreciar “Matéria do Esquecimento”. Já Teresa Braula Reis, expoente artista no circuito europeu, apresenta suas investigações sobre o espaço e o lugar da memória.

Dentre os reconhecidos nomes da arte contemporânea portuguesa, o fotógrafo Jorge Molder apresenta a série “Dois Deles”, onde investigações sobre a auto representação se mesclam a própria presença do artista em meio a uma longa sequência de práticas reflexivas, sugerindo um complexo repertório visual.
 
Parcerias com galerias, colecionadores e os próprios artistas portugueses estão sendo importantes para a realização deste projeto, como é o caso da Galeria Filomena Soares, que possibilita conhecer importantes obras. Como a série de grandes painéis fotográficos “Explorers” do artista Didier Faustino e “Looking back” da artista Helena Almeida, além da intrigante obra em vidro acrílico da artista Lourdes Castro e produções de Joaquim Rodrigo, Paula Rego e os desenhos em grafite de Pedro Barateiro.


HOMENAGENS
Simultaneamente a “Portugal Portugueses”, acontecerão no museu três homenagens póstumas a importantes personalidades portuguesas: Beatriz Costa, grande atriz de cinema e teatro, sua trajetória teve importante participação no teatro brasileiro; Rafael Bordalo Pinheiro, ceramista e caricaturista que criou importantes revistas no Brasil do século XIX, e também pelos 170 anos de seu nascimento; e Amadeo de Souza Cardoso, um pintor revolucionário, o Museu Afro Brasil apresenta uma reprodução dos desenhos do álbum XX Dessins, editados recentemente na exposição retrospectiva dedicada ao artista, realizada no Grand Palais de Paris.

Uma sala especial homenageará a artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, que viveu no Brasil no período entre 1940 e 1947, convivendo com outros artistas europeus residentes no país, além de intelectuais e pintores brasileiros.

:

Exposição “Portugal Portugueses – Arte Contemporânea”

• Abertura de exposição: 8 de setembro de 2016 – 19h
• Encerramento: 8 de janeiro de 2017


Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - 04094 050
Fone: 55 11 3320-8900
www.museuafrobrasil.org.br
O funcionamento do museu é de terça-feira a domingo, das 10 às 17hs, com permanência até às 18hs.

 

fonte: Museu Afro Brasil

Última modificação em Quarta, 07 Dezembro 2016 22:53

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