O evento será realizado de Fevereiro a Março de 2018, no Rio de Janeiro (RJ/Brasil) e de Março a Abril de 2018, em Belo Horizonte (MG/Brasil)
Nesta edição especial do FAD, denominada Bienal de Arte Digital, o objetivo será exibir trabalhos e conceitos através dos quais as transformações, ao longo do tempo, dos processos digitais na vida, na criatividade e na sociedade através da arte e da comunicação, criam experiências por meio das hibridações imersivas aos visitantes.
As configurações atuais da Arte Tecnológica têm se fundido com a vida contemporânea, num processo viral de trocas incessantes entre o mundo real e o simulado. Criam-se trabalhos híbridos, nos quais o digital e o analógico, o natural e o artificial, o real e o virtual, se atravessam. A tecnologia passou a ser vista como um fator constitutivo da vida humana e com a biotecnologia, a própria vida.
As pesquisas científicas são reapropriadas e se transformam em linguagens artísticas, através do uso da interatividade, virtualidade, sistemas híbridos e imersão.
Para além da digitalização das informações, ocorre agora a um processo intenso de digitalização do mundo físico. Simultaneamente, em meio a esse fluxo veloz e exorbitante de informação em que vivemos, muitos artistas, criadores, profissionais, pesquisadores e intelectuais apontam para a necessidade de produzir outros ritmos, outras temporalidades, outras realidades, outros espaços e silêncios, para que seja possível transmutar e reconfigurar um novo lugar de utopia.
Nesse sentido, o que se convencionou chamar de sociedade pós-digital parece marcar a transição de uma era caracterizada pelo encantamento tecnológico para uma outra, na qual encontrar novas maneiras de abordar, conceitualizar e repensar o universo artístico e social em relação a estas transformações é tarefa urgente.
A arte inserida no pós-digital propõe um movimento de escape do domínio tecnológico, mas sem descartá-lo completamente e faz um convite à experimentação no plano onde a existência física e a abstração do mundo digital se encontram. São trabalhos que exploram - através de meios alternativos à participação, interação e colaboração entre o público e o artista - sensações hápticas e sinestésicas dessa constante atualização da relação homem-máquina.
Mais do que isso, eles expõem como as forças que constituem a condição de existência natural e tecnológica, agora mais orgânicas e simbióticas - ainda que não tenham perdido seu DNA na operação dos metadados e algoritmos - estão produzindo seres híbridos.
A computação vestível, a internet das coisas, a inteligência artificial, o BigData, a geolocalização, os processos da robótica, da automação, da computação quântica e do hibridismo pervasivo, tornam-se então matéria de expressão.
Faz-se necessário que essas ferramentas sejam cada vez mais abertas, para que a inovação que trazem seja decodificada nas mais diversas manifestações, culturais e tecnológicas. Significa dizer que devem se constituir por meio de trocas e modificações disponíveis em seu entorno, permitindo-se o aprimoramento de conjuntos técnicos mais amplos. Não pode haver desenvolvimento tecnológico e inovação técnica sem uma certa margem de indeterminação, uma abertura das máquinas para novos acoplamentos.
Inscrições abertas até 1 de outubro em www.bienalartedigital.com