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Publicado em Crônicas Di-Versos
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escrevo versos com o corpo
do coração, rimas doces
na boca, a palavra tímida, úmida

e o sorriso entre vírgulas
vem
seduz
músculos elásticos
sabem o ritmo do prazer
o movimento e o pulsar
do desejo

alongo o abraço
e imagino teu cheiro

meu seio na tua boca
[ na madrugada atravessada
por gemidos felinos
não há luar ]

descrevo o corpo
e o verso nasce
nu e belo
a palavra penetra
rija

sinto o gosto da tua pele
adivinho o brilho do olhar
ao perceber
que me desmancho,
líquida
lânguida
ofereço a maciez
de minha carne
desenho a poesia no teu corpo
com a língua
provoco tua espada
e engulo a seiva
pressinto a vertigem dos carinhos
no calor das tuas mãos

no dedilhar que percorre minhas coxas
você encontra a dança do quadril

um poema escapa da página
exibicionista, salta,
-explode-
em flor sagrada de luz

sexo explícito
bichos famintos
adivinhamos o prazer
embevecidos
tanta beleza

entregues à paixão
à ilusão do verso

bom sentir teu desejo
tomar forma de palavra

saboreio teu sorriso
e com o olhar escaneio
nossa tatuagem



Este poema faz parte do livro Poesia Disponível para Aventuras, de Nádia Timm

Última modificação em Domingo, 26 Julho 2015 16:12
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