O alarme do carro grita, parece que chutam a porta.
A Mocinha vem, tem molejo no andar, rebola.
Um uivo, a Lua está escondida ainda.
O mosquito nasceu no jardim, roseira em flor.
Um tapa, o anel rola no chão, há poça no corredor.
Portas batem, plásticos e papéis flutuam.
O mosquito esmagado nos dedos dela.
No banho, o anel escorrega e gira quase até o ralo.
Não, não cai.
Na madrugada, um trovão ecoa, o assovio é ventania.
Quem roubou o quê?
Ele roubou muitos beijos. A flor aberta e quente perfuma e goza.
A língua lambe a madrugada.
Chove mais, de novo gemem.
Há prazer, poesia.
*Este texto faz parte do livro "Era Uma Vez....... Outra Vez....... mais uma vez .......e mais outra.......", de Nádia Timm.